29 maio, 2005

Olho de dinossauro

Divulgando a cultura científica Agência de Notícias da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo 29/05/2005

Detalhe do olho da escultura do titanossauro (foto:Ronaldo Aguiar) Notícias

Dinossauros quase reais 25/05/2005

Por Eduardo Geraque

Agência FAPESP - Ele vai dar boas-vindas aos visitantes logo no hall de entrada do prédio do Museu de Zoologia da Universidade de São Paulo, localizado no bairro do Ipiranga. A réplica do esqueleto do carnotauro tem 4 metros de altura por 7 metros de comprimento.

“Esse réptil integra a linhagem dos dinossauros que deram origem às aves”, explica Miriam David Marques, diretora da divisão de difusão cultural do museu, à Agência FAPESP. “O modelo de carnotauro foi feito pelas oficinas do Museu de História Natural Bernardino Rivadavia, de Buenos Aires.”

Os dinossauros que chegam ao Ipiranga estão inseridos em um contexto maior. A presença dos grandes répteis faz parte do módulo Evolução do Vôo, que passa a integrar a exposição permanente do museu a partir da terça-feira (31/5). “Em seguida, teremos também os insetos, que passaram a voar muito antes dos répteis, as aves e os mamíferos, esses representados pelos morcegos”, explica Miriam.

O imponente carnotauro – fósseis verdadeiros desse dinossauro foram encontrados em 1984 no sul da Argentina -não estará sozinho. Vem acompanhado por um pterossauro, um titanossauro, um arqueopterix e o famoso velociraptor, réptil que ficou eternizado no filme Parque dos Dinossauros.

A réplica em tamanho natural que poderá ser vista no museu da USP tem duas diferenças básicas em relação ao astro do cinema. Ela será bem menor – o diretor de Steven Spielberg dobrou o tamanho do animal para que ele ficasse mais assustador no cinema – e terá metade do corpo recoberto por penas, como o mais recente fóssil dessa espécie encontrado na China.

O trio formado pelo carnotauro, velociraptor e arqueopterix é que teria dado origem às aves modernas. O último dinossauro dessa lista foi o primeiro do grupo a desenvolver penas e asas. Mesmo assim, ele manteve características dos répteis, como a cauda muito longa, dentes e membros anteriores com dedos terminados em garras.

Escadaria acima e, não por acaso, os visitantes do museus verão dependurados sobre suas cabeças duas réplicas de pterossauros. “Esses sim foram os primeiros dinossauros que efetivamente voaram”, aponta Miriam.

Os primeiros não-insetos que viram o solo de cima para baixo foram baseados em fósseis encontrados no Nordeste do Brasil. “Todas as demais réplicas foram feitas aqui no Brasil. Contamos com o auxílio de um artista argentino, Jorge Blanco, para a pintura das peças e a confecção dos painéis”, explica a diretora do museu.

Mais informações sobre a exposição no endereço: www.mz.usp.br