18 fevereiro, 2011

Efeitos do Consumo restrito de proteínas durante a gestação

A importância de uma alimentação balanceada para o funcionamento saudável do organismo não é novidade. Mas, agora, pesquisa realizada no Centro Biomédico da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) apresenta um dado que reforça a necessidade da boa nutrição: o estilo da alimentação durante a gravidez tem efeitos não só para a mãe, mas pode ser determinante para a qualidade da saúde dos filhos, durante a vida adulta, e continuar influenciando até mesmo a saúde dos netos. O trabalho, coordenado pelo professor e médico Carlos Alberto Mandarim-de-Lacerda no Laboratório de Morfometria, Metabolismo e Doença Cardiovascular da universidade, mostrou que, em roedores, uma dieta materna carente em proteínas durante a gestação prejudica a formação de determinados órgãos dos filhotes – como o pâncreas – tanto na primeira geração (filhos), como na geração seguinte (netos), levando ao desenvolvimento precoce de diabetes tipo 2.
A explicação para o fenômeno, observada pela equipe do professor Mandarim-de-Lacerda, depois de oito anos de estudos, é simples. A alimentação materna com níveis insuficientes de proteínas, durante a gravidez, causa alterações estruturais no pâncreas dos filhotes ainda no útero materno. Mais especificamente, a formação das chamadas células beta do pâncreas, responsáveis pela produção de insulina, é prejudicada. “Os filhotes dessas mães e seus netos nascem com um número consideravelmente menor de células beta pancreáticas, em relação aos filhotes de mães alimentadas com um nível adequado de proteínas”, explica o professor. Para quantificar o número de células beta do pâncreas desses filhotes, os pesquisadores analisam a massa destas células nos cortes histológicos do órgão, com o uso de uma técnica chamada de estereologia, e comparam com a massa celular dos filhotes de mães normais (alimentadas com nível de proteína normal, grupo controle).
Com a produção reduzida do hormônio insulina, o organismo passa a ter dificuldade para metabolizar glicose, que acaba se acumulando no sangue e provoca o diabetes – um importante fator de risco associado ao desenvolvimento de doenças cardiovasculares, de deficiências na microcirculação, da insuficiência renal e até da cegueira. Essas alterações na formação das células beta pancreáticas trazem problemas para o resto da vida do recém-nascido. “As células beta do pâncreas normalmente são formadas apenas durante a gestação. Depois do nascimento, elas não podem mais ser formadas”, esclarece.
Por esse motivo, as alterações estruturais no pâncreas trazem efeitos praticamente irreversíveis, mesmo que os filhotes sejam alimentados normalmente após o nascimento até a maturidade. “Quando o indivíduo é jovem, mesmo que tenha menos células beta do que o normal, ele ainda consegue manter o equilíbrio nos níveis de glicose no sangue. Mas na medida em que, com o avanço da idade, elas vão morrendo naturalmente, o corpo não responde mais ao excesso de glicose e o indivíduo adulto apresenta diabetes tipo 2 invariavelmente mais cedo, e não apenas na terceira idade”, completa o chefe do laboratório, lembrando que o aumento da longevidade no País é um fator que vai contribuir para tornar esses efeitos mais nítidos. “Se uma criança nascer programada para ter diabetes tipo 2 aos 30 anos, ela vai chegar aos 50 com todas as complicações possíveis.”
O aumento dos casos de obesidade, que já é considerada uma epidemia no Brasil, inclusive nas classes sociais mais desfavorecidas, é outro fator que complica esse quadro. De acordo com dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em agosto de 2010, mais da metade da população adulta brasileira está acima do peso. “Geralmente o obeso é um desnutrido, que geralmente se alimenta com refeições hipercalóricas e come pouca proteína”, explica o professor. Por isso, a população obesa feminina poderia ser enquadrada no grupo que sofre restrição proteica, principalmente durante a gravidez, “programando” seus filhos e netos para ter complicações precoces. Se a grávida desenvolver diabetes e for hipertensa, além de ter um consumo insuficiente de proteínas, os danos ao feto se potencializam.
Fonte:http://www.faperj.br/boletim_interna.phtml?obj_id=7005

Refigerante diet

Trocar o refrigerante por uma versão diet pode ajudar no controle do peso, mas não vai refrescar a saúde cardiovascular. Segundo uma nova pesquisa, quem consome refrigerante com frequência, mesmo que diet, tem risco muito maior de desenvolver problemas cardiovasculares do que aqueles que não ingerem a bebida.
O estudo apresentado na International Stroke Conference 2011, em Los Angeles, Estados Unidos, foi feito com 2.564 pessoas com mais de 40 anos, de diferentes etnias, em Nova York, acompanhadas por uma média de 9,3 anos. Os resultados mostraram que aqueles que consumiram mais de um refrigerante diet por dia tiveram risco 61% maior de desenvolver problemas cardiovasculares do que os que não beberam refrigerante com a mesma frequência.
O motivo é o sal presente em tais bebidas, seja na versão com açúcar ou com adoçante, que, ainda que esteja presente em pequena quantidade por unidade, pode se somar de modo prejudicial em uma dieta já rica em sódio. O consumo elevado de sal, além de poder causar hipertensão, mostrou-se relacionado com um grande aumento no risco de manifestar acidentes vasculares cerebrais (AVC) isquêmicos, que interrompem o fluxo de sangue para o cérebro. O estudo verificou que os participantes que consumiram mais de 4 gramas de sódio por dia apresentaram risco duas vezes maior de desenvolver AVC do que aqueles que ingeriram menos de 1,5 grama por dia.
Dos participantes, apenas um terço se mostrou no limite recomendado pelas U.S. Dietary Guidelines de consumir até 2,3 gramas de sódio por dia, o equivalente a uma colher de chá de sal. A recomendação da American Heart Association é de um consumo diário de até 1,5 grama de sódio e a média do estudo ficou em 3 gramas. “A ingestão elevada de sódio é um fator de risco para AVC isquêmico em pessoas com hipertensão ou não, o que destaca a importância de limitar o consumo de alimentos com muito sal”, disse Hannah.
A cientista destaca que nos resultados do estudo devem ser levados em consideração os poucos dados sobre tipos de bebidas consumidas, e que a variação entre marcas ou no uso de adoçantes pelas mesmas pode ter influído nos resultados.
Fonte: http://www.agencia.fapesp.br

Queda de cabelo e câncer de prostata

Homens que começam a perder cabelo na faixa dos 20 anos podem ter maior risco de desenvolver câncer de próstata no futuro, de acordo com estudo publicado na revista Annals of Oncology.
A pesquisa, feita na França, comparou 388 portadores de tumores na próstata com um grupo controle de 281 homens saudáveis e verificou que, entre aqueles com a doença a porcentagem daqueles que começaram a ficar calvos aos 20 e poucos anos era duas vezes maior do que nos demais. Para aqueles cuja calvície começou depois dos 30 ou depois dos 40, não houve diferença no risco de desenvolver câncer de próstada em comparação com o grupo controle.
A alopécia androgênica é a queda de cabelos que afeta principalmente os homens. Cerca de 50% do público masculino será afetado em algum momento da vida. Relações entre calvície e hormônios androgênicos (como a testosterona) são conhecidas, da mesma forma que a relação entre esses hormônios e o câncer de próstata. A finasterida – medicamento usado no tratamento da calvície – bloqueia a conversão de testosterona em um androgênio chamado dihidrotestosterona, que se estima estar envolvida na queda de cabelos. O medicamento também é usado para tratar câncer de próstata.
Os autores do estudo apontam a relação observada entre a queda de cabelo precoce o risco de desenvolvimento da doença mas ressaltam que os mecanismos por trás dessa associação são ainda desconhecidos.
Fonte: http://www.agencia.fapesp.br